Cantor e compositor Erasmo Carlos morre aos 81 anos
22 de Novembro de 2022
O cantor e compositor Erasmo Carlos morreu em 22 de novembro de 2022, aos 81 anos. Ele estava internado em um hospital no Rio de Janeiro, onde havia sido intubado. Algumas semanas antes, ele já havia sido internado para tratar de uma síndrome edemigênica. Junto com o parceiro Roberto Carlos, o "Tremendão" escreveu alguns dos maiores clássicos da música brasileira.
Nascido no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, Erasmo se apaixonou pelo rock n' roll na juventude. Em 1957, ele foi convidado por Arlênio Lívio para fazer parte do grupo vocal Boys of Rock, logo rebatizado por Carlos Imperial de The Snakes. Com frequência, o quarteto acompanhava as apresentações solo de Roberto Carlos e de Tim Maia (com quem Erasmo aprendeu a tocar violão).
Em 1961 o Boys of Rock é desfeito e, no ano seguinte, Erasmo tem sua primeira composição gravada, “Eu Quero Twist”, parceria com Carlos Imperial, na voz de Agnaldo Rayol. Por um breve período, ele fez parte do grupo Renato e Seus Blue Caps e gravou em 1963 o segundo LP homônimo da banda. Em 1964 dá início a sua carreira solo com o compacto “Terror dos Namorados” e, na sequência, grava seu primeiro grande sucesso “Festa de Arromba” (1965), ambos em parceria com Roberto Carlos.
Em 1966, Erasmo estreia na TV Record apresentando o programa dominical Jovem Guarda, ao lado de Roberto e Wanderléa. Na época, ganhou o apelido de "Tremendão" e gravou outros sucessos, como "Gatinha Manhosa". Com o êxito do programa, grava entre 1965 e 1970, seis álbuns pela gravadora RGE.
Após o término do programa Jovem Guarda Erasmo entrou em crise, mas conseguiu se recuperar com a ajuda de sua esposa, Narinha, e de seu parceiro Roberto Carlos. Nessa fase de transição fez sucesso cantando "Sentado à Beira do Caminho". Em seu último álbum pela RGE, Erasmo Carlos e os Tremendões (1970), ele compõe o samba-rock “Coqueiro Verde” e grava canções de Caetano Veloso, Ary Barroso e Antonio Adolfo. Em 1971, assina contrato com a Philips e passa a fazer um trabalho mais voltado para a MPB. Seu primeiro disco pela gravadora, Carlos, Erasmo... é considerado um clássico. Nos anos seguintes, gravou outros álbuns que marcaram história, como Sonhos e Memórias (1972) e Banda dos Contentes (1976)
Ao longo da década de 1970, gravou canções de destaque, como "Sou uma Criança, Não Entendo Nada", "Cachaça Mecânica" e "Filho Único". Nesse período, além das próprias composições, em maioria parcerias com Roberto Carlos, Erasmo interpreta canções de artistas como Taiguara, Belchior e Gilberto Gil.
Em 1980, gravou Erasmo Carlos Convida, uma compilação de alguns de seus sucessos cantados em dueto com nomes de relevo da MPB, como Gal Costa, Maria Bethânia e A Cor do Som. Na década de 1980, emplacou outros sucessos, como "Mulher" e "Pega na Mentira".
Na década de 1990, Erasmo continuou a se apresentar, mas diminuiu o ritmo das gravações. Em 2001, completou 60 anos e lançou seu 22º disco, Pra Falar de Amor, que traz composições suas, além de canções de Kiko Zambianchi e Marcelo Camelo. O destaque é "Mais um na Multidão", dueto com Marisa Monte e de autoria de Erasmo Carlos, Marisa Monte e Carlinhos Brown.
Dos anos 2010 em diante, gravou discos que foram bem recebidos pela crítica, como Sexo (2011), Gigante Gentil (2014) e Amor é Isso (2018). Além disso, revisitou o lado mais cult de sua carreira com o disco Meus Lados B (2015). Seu último trabalho foi o disco O Futuro Pertence à... Jovem Guarda (2022), que venceu o Grammy Latino na categoria "Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa".