Manifestantes protestam contra Antônio Carlos Magalhães em Salvador
16 de Maio de 2001
Em 16 de maio de 2001, cerca de oito mil pessoas, entre sindicalistas e principalmente estudantes, foram às ruas de Salvador, na Bahia, para protestar contra o então senador Antônio Carlos Magalhães. O ato ficou conhecido como "Passeata de 16 de maio". Naquele ano ganhou repercussão a denúncia de que o político teria cometido violação do painel eletrônico do Senado para ter acesso aos votos de seus colegas durante o processo de cassação do senador Luiz Estevão.
Seis dias antes, um outro protesto tentou chegar ao edifício onde morava o senador. A manifestação foi reprimida pela Polícia Militar, que foi acusada de cometer agressões contra os participantes. No dia 16, um novo ato foi convocado. A estratégia elaborada por uma comissão reunida na sede do Diretório Central dos Estudantes da UFBA era fazer com que a passeata seguisse pelo interior do campus da Universidade Federal, chegando à residência de ACM, através de um acesso próximo à Faculdade de Direito.
No dia marcado, os manifestantes seguiram o trajeto escolhido. Ao chegarem ao então viaduto Nelson Sampaio, já se encontrava, em torno da Faculdade de Direito uma força composta por centenas de homens da Polícia Militar da Bahia, contendo tropa de choque e cavalaria. No período da tarde, após horas de espera por algum acordo, a Polícia Militar ofereceu aos líderes do movimento a opção de contornarem o bloqueio e se dirigirem ao Vale do Canela, descendo o viaduto.
Logo após tal medida, veio a ordem para que os PMs dispersassem os manifestantes, mas muitos deles, incluindo estudantes secundaristas, tentaram ultrapassar a barreira policial. A PM invadiu e jogou bombas de gás lacrimogêneo em cinco unidades da universidade. Depois de uma hora de confronto, pelo menos 25 pessoas saíram feridas. No dia seguinte, mais de 20 mil manifestantes, resolveram fazer um novo protesto. Eles marcharam até a residência de ACM, dessa vez com sucesso e sem confronto com a polícia. Em 30 de maio de 2001, o senador renunciou ao seu mandato, na esteira do escândalo da violação do painel.
Imagem: José Cruz/Agência Brasil, via Wikimedia Commons