Anunciada a descoberta do buraco na camada de ozônio
16 de Maio de 1985
A revista científica Nature publicou em 16 de maio de 1985 um artigo de três cientistas do British Antarctic Survey, anunciando a detecção de níveis anormalmente baixos de ozônio no Polo Sul. Sua descoberta, comumente chamada de “buraco na camada de ozônio”, tornou-se um exemplo real da capacidade humana de causar danos à atmosfera da Terra e uma das descobertas mais importantes da história do ativismo climático.
A camada de ozônio é uma região da estratosfera terrestre que contém altos níveis de ozônio, que bloqueia grande parte da radiação ultravioleta mais nociva do Sol, para que ela não atinja a superfície do planeta. Desde a década de 1970, os cientistas pressionavam pela regulamentação dos clorofluorcarbonos, substâncias químicas encontradas em itens do cotidiano, como condicionadores de ar e aerossóis, devido a seus efeitos adversos nessa camada. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos proibiu a produção de CFCs em 1978. No entanto, foi o artigo da revista Nature, de Joe Farman, Brian Gardiner e Jonathan Shanklin, que revelou especificamente o esgotamento anual do ozônio em um local acima do Ártico.
A comunidade internacional agiu de forma rápida, talvez porque a aparição repentina de um "buraco" na atmosfera tenha sido um alerta real de perigo iminente para o planeta. Em dois anos, em resposta ao artigo da Nature e a estudos que comprovavam o problema, 46 países assinaram o Protocolo de Montreal, comprometendo-se a eliminar progressivamente substâncias que causam a destruição do ozônio. Todos os 197 membros das Nações Unidas acabariam por ratificar o tratado e, como resultado, os cientistas agora preveem que a camada de ozônio retornará aos níveis anteriores a 1980 antes do final do século XXI.
A velocidade da reação e a adoção unânime do tratado em todo o mundo levaram o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan a chamar o Protocolo de Montreal de "possivelmente o acordo internacional mais bem-sucedido da história".
Imagem: NASA Goddard/Reprodução