Morre o artista plástico brasileiro Cândido Portinari
6 de Fevereiro de 1962
Um dos artistas plásticos brasileiros de maior destaque internacional, Cândido Portinari morreu no dia 6 de fevereiro de 1962, no Rio de Janeiro. Sua morte foi causada pelo envenenamento pelo chumbo de suas próprias tintas. Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, na cidade de Brodowski, no interior de São Paulo. Com aproximadamente cinco mil obras na sua carreira, ele também pintou gigantescos murais como os painéis ?Guerra e Paz?, doados à sede da ONU, em Nova York em 1956, assim como a obra ?A descoberta da terra? (1941), no edifício da Biblioteca do Congresso, em Washington. Filho de imigrantes italianos, Portinari teve uma infância de poucos estudos, e já mostrava que tinha talento artístico desde criança. Seu primeiro passo importante na carreira aconteceu aos 14 anos de idade, quando virou ajudante de um grupo de pintores e escultores italianos que atuava na restauração de igrejas na região de Brodowski. No ano seguinte, Portinari se mudou para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Aluno destacado, aos 20 anos já havia participado de exposições e também começou a se interessar pelo Modernismo, movimento até então considerado marginal. Em 1928, ele ganhou a medalha de ouro da Escola de Belas Artes e também uma viagem à Europa. Ficou dois anos em Paris, onde consagrou seu estilo e também conheceu a uruguaia Maria Martinelli, sua futura esposa e com quem viveria por toda sua vida. O retorno definitivo ao Brasil aconteceu apenas em 1946. Nesta época, começou a se dedicar mais aos murais e afrescos. Seus quadros chamaram a atenção de Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA). Algum tempo depois, o brasileiro ganhou uma exposição individual no museu e, nessa época, ele fez os dois murais para a Biblioteca do Congresso em Washington. Ao visitar o MoMA, Portinari ficou impressionado com a obra "Guernica" de Pablo Picasso e decidiu mudar o seu estilo. Em 1951, Portinari expôs na Primeira Bienal de São Paulo. Pouco depois, porém, começou a ter problemas de saúde por conta da intoxicação pelo chumbo de suas tintas. Sem obedecer as ordens médicas, ele continuou pintando e viajando para exposições. No começo de 1962, Portinari participou de uma exposição com 200 telas organizada pela prefeitura de Milão. Porém, desta vez, seu envenenamento pelas próprias tintas foi fatal e o artista morreu no Rio de Janeiro.
Imagem: via Wikimedia Commons