Jornalista Gilberto Dimenstein morre aos 63 anos
29 de Maio de 2020
O jornalista e escritor Gilberto Dimenstein morreu em 29 de maio de 2020, em São Paulo, aos 63 anos. Ele sofria de um câncer no pâncreas, com metástase no fígado. Foi fundador do site Catraca Livre e teve passagem por grandes veículos de imprensa do país, como Folha de S.Paulo, Correio Brasiliense, Veja, Rádio CBN e O Globo.
De origem judaica, Dimenstein nasceu em São Paulo, filho de um pernambucano descendente de poloneses e de uma paraense de ascendência marroquina. Formado na Faculdade Cásper Líbero,começou sua carreira no jornalismo em 1977, na revista Shalon, da Comunidade Judaica do Brasil.
Durante sua carreira, Dimenstein foi diretor da sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo e correspondente internacional do jornal em Nova York. Trabalhou também no Jornal do Brasil, Correio Braziliense, Última Hora, revista Visão e Veja. Além disso, foi acadêmico visitante do programa de Direitos Humanos da Universidade de Columbia, em Nova York.
Dimenstein passou a se dedicar mais aos temas sociais entre 1991 e 1992, quando recebeu uma bolsa de estudos da MacArthur Foundation para investigar a violência e prostituição da criança na Amazônia. Foi um dos criadores da ANDI - Comunicação e Direitos, uma organização não-governamental que tem como objetivo utilizar a mídia em favor de ações sociais. Em 2009, um documento elaborado pela Escola de Administração de Harvard apontou-o como um dos exemplos de inovação comunitária, por seu projeto de bairro-escola, desenvolvido inicialmente em São Paulo, através do Projeto Aprendiz. A iniciativa foi replicada pelo mundo via Unicef e Unesco
Ganhou o Prêmio Nacional de Direitos Humanos, junto com Paulo de Evaristo Arns, o Prêmio Criança e Paz, da Unicef, Menção Honrosa do Prêmio Maria Moors Cabot, da Faculdade de Jornalismo de Columbia, em Nova York. Também ganhou os prêmios Esso (categoria principal) e Prêmio Jabuti, em 1993, de melhor livro de não-ficção, com a obra "Cidadão de Papel".
Idealizou o site Catraca Livre, que foi desenvolvido, em julho de 2009, por estudantes universitários da USP, PUC, Faap, Mackenzie e Metodista, para suprir a necessidade de agrupar, em uma única plataforma, as novidades gratuitas do cenário cultural paulistano. Em dezembro de 2013, anunciou, na própria coluna que escrevia para a Folha de S.Paulo, seu desligamento do jornal, do qual foi colunista por 28 anos. Em 13 de fevereiro de 2017, deixou a Rádio CBN.
Imagem: Facebook/Reprodução