Paquistão torna-se a primeira república islâmica do mundo
23 de Março de 1956
Em 23 de março de 1956, o Paquistão se tornou a primeira república islâmica do mundo. Seu território foi berço de várias culturas antigas no subcontinente indiano. A história do país após a independência tem sido marcada por períodos de ditadura militar, instabilidade política e conflitos com a vizinha Índia.
O Estado moderno do Paquistão foi criado em 14 de agosto de 1947, quando se tornou independente do Império Britânico. Inicialmente, ele consistia em dois territórios majoritariamente muçulmanos, o Paquistão Ocidental (atual Paquistão) e Paquistão Oriental (atual Bangladesh). Apesar da independência, entre 1947 e 1956 o Paquistão funcionou como um domínio da Comunidade Britânica de Nações. Em 1956, com a promulgação de uma constituição, o país se tornou uma república.
Com a criação da república, Iskander Mirza se tornou o primeiro presidente do Paquistão, com Huseyn Suhrawardy atuando como primeiro-ministro. Em 1958, Mirza foi derrubado por um golpe de estado liderado por Ayub Khan, comandante do Exército do país. Ele foi sucedido no poder pelo general Yahya Khan.
Nos anos seguintes, a eclosão de discordâncias econômicas e políticas no Paquistão Oriental levou a uma violenta repressão política, que fez com que as tensões escalassem até chegar à guerra civil, conhecida como guerra de independência do Bangladesh, e a um conflito com a Índia. Como consequência, o Paquistão Oriental declarou-se independente, com o nome Bangladesh, em 1971.
Com a derrota para a Índia na guerra indo-paquistanesa de 1971, Yahya Khan renunciou ao mandato. Entre 1972 e 1977, os civis voltaram a governar o país, sob a chefia de Zulfikar Ali Bhutto, até que este foi deposto e posteriormente sentenciado à pena de morte. Com isso, o general Zia-ul-Haq se tornou o terceiro presidente militar do Paquistão.
Zia substituiu as políticas seculares pelo código legal da charia islâmica, o que aumentou a influência religiosa sobre o funcionalismo público e os militares. Com a morte de Zia em um acidente aéreo em 1988, Benazir Bhutto, filha de Zulfikar Ali Bhutto, foi eleita para o cargo de primeira-ministra do Paquistão - a primeira e única mulher a ocupar o posto. Ao longo da década seguinte, Benazir alternou-se no poder com Nawaz Sharif, enquanto a situação política e econômica do país piorava.
Sob a liderança de Sharif, o Paquistão se tornou o sétimo país a possuir armas nucleares e o primeiro no mundo muçulmano a atingir esse patamar. Às tensões militares durante um novo conflito com a Índia seguiu-se um golpe de estado, em 1999, no qual o general Pervez Musharraf assumiu o poder Executivo, depondo Sharif.
Após as eleições legislativas de 2002, Musharraf transferiu os poderes executivos para um recém-eleito primeiro-ministro, Zafarullah Khan Jamali. O assassinato de Benazir Bhutto, em dezembro de 2007, aumentou a instabilidade do sistema político paquistanês. Em setembro de 2008, Musharraf renunciou à presidência, que após eleições indiretas, elegeu Asif Ali Zardari, viúvo de Benazir Bhutto, como presidente. Em 2018, Arif Alvi foi eleito o 13º Presidente do Paquistão.
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