Brasileiro Sérgio Vieira de Mello, alto funcionário da ONU, é morto em atentado à bomba no Iraque
19 de Agosto de 2003
No dia 19 de agosto de 2003 morria, em Bagdá, no Iraque, Sérgio Vieira de Mello, alto funcionário da ONU. Além dele, outras 21 pessoas morreram, vítimas de um atentado atribuído à Al Qaeda contra a sede local da ONU. Nascido no dia 15 de março de 1948, no Rio de Janeiro, ele era funcionário da Organização das Nações Unidas havia 34 anos. Desde o ano anterior ao da sua morte, era Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2002. Sérgio Vieira de Mello era conhecido pelo seu carisma, obstinação, pelo desapego aos holofotes e à ostentação de bens materiais. Por conta do seu tipo atlético, também se tornou celebridade e, por duas vezes, foi eleito o homem mais desejado e charmoso do mundo pelas revistas Vogue e Vanity Affairs, contudo, não compareceu para receber os prêmios. Filho de um diplomata brasileiro, ele estudou filosofia na Universidade de Paris (Sorbonne), depois continuou seus estudos na Universidade de Paris I (Panthéon-Sorbonne), onde obteve o doutorado. Em 1985, concluiu doutorado em letras e ciências humanas. Entrou para a ONU em 1969 e passou a maior parte de sua vida trabalhando no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, servindo em missões humanitárias e de manutenção da paz. Como negociador da ONU, atuou em alguns dos principais conflitos mundiais - Bangladesh, Camboja, Líbano, Bósnia e Herzegovina, Kosovo, Ruanda e Timor-Leste, entre 1999 e 2002. Em 1996, foi nomeado assistente do Alto Comissáriado das Nações Unidas para Refugiados, antes de ser enviado para Nova Iorque, em janeiro de 1998, como Secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas. Em maio de 2003, fora indicado pelo secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, como seu representante especial, durante quatro meses no Iraque. Com sua esposa francesa, Annie, de quem estava separado, Mello teve dois filhos: Laurent (nascido em 1978) e e Adrien (1980). Na época de sua morte, ele mantinha um relacionamento com a argentina Carolina Larriera, que também trabalhava na ONU.
Imagem: via Wikimedia Commons