Tropas Israelenses se retiram da Faixa de Gaza
18 de Maio de 1994
Em 18 de maio de 1994, tropas israelenses se retiraram da maior parte da Faixa de Gaza, no Oriente Médio. A partir de então, o território passou a ser governado pela Autoridade Nacional Palestina. A retirada foi o resultado de uma longa negociação.
Israel havia anexado e ocupado a Faixa de Gaza durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Antes disso, desde 1959 o território estava sob a responsabilidade do Egito. A partir da ocupação israelense foi promovido o assentamento de cidadãos judeus no local.
Em 26 de março de 1979, Israel e Egito assinaram um tratado de paz. Entre outras medidas, o documento previa a retirada das forças armadas e civis de Israel da Península do Sinai, que o país também havia capturado durante a Guerra dos Seis Dias. O status final da Faixa de Gaza e outras relações entre Israel e os palestinos não foram tratados no acordo. Assim, o território permaneceu sob administração militar israelense pelos próximos anos.
A partir de 1993, uma série de acordos entre o governo de Israel e o presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, foram mediados pelo presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton. Essa negociação, conhecida como Acordos de Oslo, tinha como objetivo unir esforços para celebrar a paz entre os dois povos. Um de seus principais pontos previa a retirada das forças armadas israelense da Faixa de Gaza, assim como assegurar o direito dos palestinos ao autogoverno na região.
No início de maio de 1994, Yitzhak Rabin, primeiro-ministro israelense, e Arafat, presidente da OLP, assinaram o Acordo do Cairo, prosseguimento das discussões de Oslo. Segundo o acordo, Israel se comprometeu a se retirar parcialmente da região de Jericó, na Cisjordânia, e da Faixa de Gaza, dentro de três semanas após a assinatura do documento. Outra consequência do acordo foi a criação da Autoridade Palestina, tendo Yasser Arafat como seu primeiro presidente.
No mesmo ano, Yitzhak Rabin, Yasser Arafat e o ministro israelense de relações exteriores Shimon Peres receberam o Prêmio Nobel da Paz após a assinatura dos acordos.
Imagem: U.S. Central Intelligence Agency, via Wikimedia Commons