Jim Jones promove suicídio em massa em Jonestown, na Guiana

18 de Novembro de 1978

Jim Jones promove suicídio em massa em Jonestown, na Guiana
18 de Novembro de 1978, Jim Jones promove suicídio em massa em Jonestown, na Guiana

Em um dia como este, em 1978, o fundador da seita Templo do Povo, Jim Jones, levou centenas de pessoas a cometer suicídio em uma comunidade agrícola remota na Guiana. Muitos de seus seguidores ingeriram veneno voluntariamente, enquanto outros foram forçados por meio de armas de fogo. O número final de mortos foi de 909, sendo um terço deles crianças.

Jim Jones era um carismático líder de igreja, que estabeleceu o Templo do Povo, uma seita cristã, em Indianápolis, na década de 1950. Ele pregava contra o racismo e sua congregação atraía muitos afro-americanos. Em 1965, ele e o grupo se mudaram para a Califórnia, fixando-se em Ukiah, e após 1971, em São Francisco. Na década de 70, sua igreja foi acusada pela mídia de fraude financeira, abuso psicológico de seus membros e maus-tratos a crianças. Em resposta às críticas crescentes, ele convidou sua congregação para se mudar para a Guiana, onde prometeu que construiria uma utopia socialista. Três anos antes, um pequeno grupo de seus seguidores havia viajado à pequena nação para iniciar o que se tornaria Jonestown, no meio da floresta.

Jonestown não se tornou o paraíso que seu líder prometeu. Os membros do Templo trabalhavam longos dias no campo e sofriam graves punições caso questionassem a autoridade de Jones. Seus passaportes foram confiscados, suas cartas para a família censuradas e seus membros encorajados a denunciar uns aos outros e forçados a participar de longas reuniões noturnas. Jones, na época com a saúde mental em declínio e viciado em drogas, estava convencido de que o governo dos EUA e outros queriam destruí-lo. Ele exigiu que membros do Templo participassem de simulações de suicídio no meio da noite.

Em 1978, um grupo de ex-membros do Templo e parentes de membros da época, preocupados, convenceram o congressista dos Estados Unidos Leo Ryan, um democrata da Califórnia, a viajar a Jonestown e investigar o local. Em 17 de novembro de 1978, Ryan chegou em Jonestown com um grupo de jornalistas e outros observadores. No começo a visita correu bem, mas no dia seguinte, quando a comitiva de Ryan estava quase indo embora, residentes de Jonestown se aproximaram do grupo, pedindo uma passagem para fora da Guiana. Jones ficou desesperado com a deserção de seus seguidores, e um de seus guardas atacou Ryan com uma faca. O congressista não se feriu, mas, em seguida, Jones ordenou que fosse feita uma emboscada contra Ryan e seu grupo, na qual ele e outras quatro pessoas foram mortos.

De volta a Jonestown, Jones ordenou que todos se reunissem no pavilhão principal e realizassem o que ele chamou de “ato revolucionário”. Os membros mais jovens do Templo do Povo foram os primeiros a morrer, sendo obrigados a ingerir uma mistura de cianeto, sedativos e suco de fruta. Os adultos então fizeram uma fila para ingerir o preparado enquanto guardas armados cercavam o pavilhão.

Quando a polícia da Guiana chegou a Jonestown no dia seguinte, encontrou centenas de corpos pelo chão. Muitos deles estavam abraçados. Durante o ato, alguns residentes conseguiram fugir pela floresta. Outros não estavam no local no momento, incluindo os filhos de Jones, e por isso também sobreviveram. Jones morreu de um ferimento de bala na cabeça; médicos legistas concluíram que ele se suicidou.

Imagem: Nancy Wong, via Wikimedia Commons