Morre a atriz Eva Wilma, grande nome da dramaturgia brasileira
15 de Maio de 2021
A atriz Eva Wilma morreu em 15 de maio de 2021, aos 87 anos, em São Paulo. Ela não resistiu a um câncer de ovário. Durante sua longa carreira, a artista escreveu definitivamente seu nome na história da dramaturgia brasileira, marcando presença no teatro, cinema e televisão.
Nascida em São Paulo de um pai alemão e de uma mãe argentina com ascendência de judeus da Ucrânia, Eva Wilma estudou em tradicionais colégios da capital paulista. Desde criança ela gostou muito do mundo artístico e teve aulas particulares de canto, piano e violão com a mestra musical Inezita Barroso. Aos 14 anos, iniciou sua carreira como bailarina clássica.
Em seu período como bailarina, Eva Wilma se apresentou em palcos nobres, como o do Theatro Municipal de São Paulo. Logo, ela passou a ser convidada para trabalhar como atriz no TBC (Teatro Brasileiro de Comédia). Ela estreou na peça Uma Mulher e Três Palhaços (1952), texto do francês Marcel Achard (1899-1974) que marcou época no teatro brasileiro. O espetáculo fez enorme sucesso em São Paulo.
Ainda na década de 50, Eva Wilma fez dois filmes com o diretor Armando Couto e o ator Procópio Ferreira: O Homem dos Papagaios e A Sogra. Ela estreou na televisão em 1953 na série Alô Doçura, da TV Tupi. A atração se tornou uma das mais populares da TV brasileira, ficando dez anos no ar. Em cena, a atriz era protagonista ao lado de John Herbert, com quem se casou em 1955.
Após o sucesso em Alô Doçura Eva Wilma e John Herbert trabalharam na TV Record. Eles protagonizaram duas novelas: Comédia Carioca e Prisioneiro de um Sonho, de Roberto Faria. Em 1968, Eva Wilma foi para a rua protestar contra a ditadura militar ao lado das colegas Tônia Carrero, Odete Lara, Norma Bengell e Cacilda Becker na Passeata dos Cem Mil, no Rio de Janeiro.
Em 1973, Eva Wilma conquistou um de seus principais papéis ao interpretar as gêmeas Ruth e Raquel na versão original de Mulheres de Areia, novela de Ivani Ribeiro. Ela se separou de John Herbert em 1976 e casou com o também ator Carlos Zara três anos depois.
Com o fim da TV Tupi em 1980, Eva Wilma foi contratada pela Rede Globo, onde exerceu seu lado humorístico nas novelas Plumas e Paetês e Elas por Elas. Nos anos seguintes, atuou em outras novelas de sucesso, como Transas e Caretas, De Quina pra Lua, Roda de Fogo, Sassaricando, Pedra sobre Pedra, Pátria Minha e A Indomada, entre outras. Nas décadas de 1990 e 2000, se manteve ativa em obras como O Rei do Gado, Esperança, Começar de Novo e Desejo Proibido.
Mesmo com uma carreira bem-sucedida na TV, Eva Wilma nunca abandonou o teatro. Pelo seu papel na comédia dramática Querida Mamãe, de Maria Adelaide Amaral, que ficou em cartaz entre 1994 e 1996, ela ganhou os prêmios Shell, Mambembe e Sharp, então a trinca principal das premiações brasileiras. Seu último trabalho na televisão foi em 2015, na novela Verdades Secretas.