Guerra da Cisplatina: Brasil tenta invadir Forte de Carmen de Patagones, na Argentina
7 de Março de 1827
No dia 7 de março de 1827, forças brasileiras tentaram invadir o Forte de Carmen de Patagones, no sul da Argentina, durante a Guerra da Cisplatina (1825-1828). A ação militar terminou em derrota para a Marinha Imperial do Brasil.
A Guerra da Cisplatina envolveu o Império do Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata. As forças disputavam a posse da Província Cisplatina, região onde fica a atual República do Uruguai.
O forte da cidade de Carmen de Patagones ficava às margens do Rio Negro. Na época, devido ao bloqueio de Buenos Aires pela esquadra imperial brasileira, a base naval tornou-se um refúgio seguro para os corsários argentinos, que eram autorizados pelo governo de seu país a pilhar navios de outras nações.
Com o objetivo de punir os corsários e cessar seus ataques, o almirante brasileiro Pinto Guedes elaborou um plano para atacar o forte e tomar a cidade. Além disso, a invasão permitiria a abertura de uma segunda frente para atacar Buenos Aires a partir do sul, dividindo assim os exércitos inimigos.
Para cumprir o objetivo da invasão, a Marinha Imperial Brasileira enviou uma esquadra comandada pelo capitão-de-fragata inglês James Shepherd. A força era composta de pouco mais de 600 homens, dos quais 250 não eram brasileiros.
Em 6 de março de 1827, os brasileiros desembarcaram na margem sul do Rio Negro. Devido às dificuldades de navegação, o comandante das forças brasileiras decidiu atacar Patagones por terra. Nas primeiras horas do dia seguinte, cerca de 350 homens desembarcaram no local.
Na madrugada do dia 7, os brasileiros tiveram que enfrentar terrenos arenosos e cobertos de arbustos espinhosos. Por falta de um guia competente, os homens se perderam durante a marcha, ficando longe do rio e das fontes de água. Esse fato, somado ao calor sufocante e ao terreno desértico, começou a minar as forças e a resistência dos soldados do Brasil.
As forças chegaram às 6h30 à colina de Caballada, completamente exaustas e sem beber água há 24 horas. Lá, as milícias argentinas revidaram a invasão imediatamente. Com os primeiros tiros, o comandante Shepherd caiu morto, sendo substituído por Guillermo Eyre. Logo depois, as tropas do Brasil foram cercadas pelo inimigos que atearam fogo à vegetação, forçando Eyre a ordenar que os soldados batessem em retirada para os navios.
Enquanto isso, no Rio Negro, os navios brasileiros já haviam sido tomados pelos argentinos. Com a tomada da esquadra, Eyre se rendeu aos inimigos. Como resultado do combate, três navios, 28 canhões e inúmeras armas da Marinha Imperial do Brasil caíram nas mãos dos argentinos. No total, as forças brasileiras sofreram 100 baixas. Além disso, 579 soldados foram tomados como prisioneiros, incluindo 200 britânicos.
Imagem: Domínio Público