Cristãos poloneses se arriscam para dar auxílio a judeus poloneses
4 de Dezembro de 1942
Em 4 de dezembro de 1942, em Varsóvia, cristãos poloneses colocaram suas próprias vidas em risco quando estabeleceram o Conselho de Assistência aos Judeus. O grupo foi liderado por duas mulheres, Zofia Kossak e Wanda Filipowicz.
Desde a invasão alemã da Polônia, em 1939, a população judaica havia sido assassinada ou levada para guetos e campos de concentração e trabalho. Casas e lojas judaicas foram confiscadas e sinagogas foram incendiadas. A notícia sobre o destino desses judeus finalmente veio à tona em junho de 1942, quando um jornal alternativo de Varsóvia noticiou que dezenas de milhares de judeus estavam sendo mortos em Chelmno, um campo de concentração na Polônia – quase sete meses após o início do extermínio.
Apesar do crescente conhecimento público da “Solução Final”, o extermínio em massa dos judeus europeus e a expansão das redes de campos de exterminação na Polônia, muito pouco foi feito para combater esses horrores. Fora da Polônia, havia apenas discursos raivosos de políticos e promessas de represálias pós-guerra. Na Polônia, poloneses não judeus também eram objetos de perseguição e trabalho forçado pelas mãos dos invasores nazistas. Sendo eslavos, eles também eram considerados “inferiores” aos alemães arianos.
Mas isso não deteve Zofia Kossak e Wanda Filipowicz, duas polonesas cristãs que estavam determinadas a fazer o que pudessem para proteger seus vizinhos judeus. Não se sabe ao certo se a missão de Kossak e Filipowicz foi bem-sucedida, mas somente o fato de terem criado o Conselho já evidencia que algumas almas corajosas estavam dispostas a arriscar a vida para ajudar os judeus perseguidos. Elas, no entanto, não estavam sozinhas. Apenas dois dias após a criação do Conselho, a SS trancou 23 homens, mulheres e crianças em celeiros e cabanas e os queimou vivos. A acusação: todos eram suspeitos do crime de abrigar judeus.
Apesar da bravura de alguns cristãos poloneses e combatentes judeus nos guetos de Varsóvia, que se rebelaram em 1943 (alguns dos quais tendo se refugiado em lares de vizinhos cristãos), a máquina de morte nazista se mostrou esmagadora. A Polônia se tornou um campo de morte não somente para judeus poloneses, mas de grande parte da Europa: aproximadamente 4,5 milhões de judeus foram mortos nos campos de extermínio da Polônia no final da guerra.
Imagens: Zofia Kossak e Wanda Filipowicz - Domínio Público, via Wikimedia Commons