Escritora Lya Luft morre aos 83 anos
30 de Dezembro de 2021
A escritora Lya Luft morreu em 30 de dezembro de 2021, em Porto Alegre, aos 83 anos. Nos últimos sete meses ela se tratava contra um melanoma. Durante sua carreira, a autora escreveu e publicou 23 obras, entre romances, coletâneas de poemas, crônicas, ensaios e livros infantis.
Nascida em Santa Cruz do Sul (RS), Lya foi uma ávida leitora desde criança. Em 1959, ela se mudou para Porto Alegre, onde se diplomou em Pedagogia e em Letras Anglo-Germânicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Passou a trabalhar então como tradutora de literaturas em alemão e inglês, tendo traduzido para o português mais de cem livros, dentre os quais se destacam traduções de Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Doris Lessing, Günter Grass, Botho Strauss e Thomas Mann.
De 1970 a 1982, atuou como professora titular de Linguística na Faculdade Porto-Alegrense (FAPA) e obteve o grau de mestre em Linguística (1975, pela PUC-RS) e em Literatura Brasileira (1978, pela UFRGS). Em paralelo, seus primeiros poemas foram reunidos no livro Canções de Limiar (1964). Em 1972, foi publicado seu segundo livro de poemas, intitulado Flauta Doce. Em 1978, foi lançada sua primeira coletânea de contos, Matéria do Cotidiano.
Em 1982, publicou Reunião de Família e, em 1984, outras duas obras: O Quarto Fechado e Mulher no Palco. Em 1987, lançou Exílio; em 1989, o livro de poemas O Lado Fatal; e, em 1996, o premiado O Rio do Meio (ensaios), considerado a melhor obra de ficção daquele ano.
Em 2001, Luft recebeu o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica, pela obra Lete: Arte e Crítica do Esquecimento, de Harald Weinrich. Em 2013, recebeu o Prêmio ABL, na categoria Ficção, Romance, Teatro e Conto, pela obra O Tigre na Sombra.
Imagem: Governo do Rio Grande do Sul/Reprodução