Mais de 200 pessoas ficam feridas na "Batalha do Centro Cívico" em Curitiba
No dia 29 de abril de 2015, um confronto entre manifestantes e a Polícia Militar em Curitiba terminou com mais de 200 feridos (a maioria deles eram professores). O protesto, que reuniu uma multidão em frente à Assembleia Legislativa do Paraná, foi motivado pela sessão de votação de um projeto de lei que alterava a previdência estadual. O conflito ficou conhecido como "Batalha do Centro Cívico".
Os manifestantes já estavam nas proximidades da Assembleia desde a noite anterior. Às 16h do dia 29, a Polícia Militar teria recebido ordens para avançar contra os professores, que estariam tentando ultrapassar a barreira humana feita pela corporação para proteger a sessão. Os policiais usaram bombas de gás, balas de borracha e jatos d'água para dispersar os manifestantes. Os professores recuaram, mas os policiais continuaram jogando bombas de efeito moral.
De acordo com a prefeitura de Curitiba, 213 manifestantes ficaram feridos. Além disso, 20 policiais tiveram ferimentos, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Paraná. Alguns jornalistas que cobriam a manifestação também se feriram. Sete pessoas foram presas durante o tumulto. O governo do Paraná atribuiu o confronto a “manifestantes estranhos ao movimento dos servidores estaduais”. Beto Richa, então governador, culpou "arruaceiros e black blocs" que teriam partido para cima dos policiais.
A proposta do governo paranaense previa tirar 33 mil aposentados com mais de 73 anos do Fundo Financeiro, sustentado pelo tesouro estadual e transferi-los para o Fundo de Previdência do Paraná, pago pelos servidores e pelo governo. A sessão terminou com a aprovação da lei. Os professores eram contra o projeto, argumentando que ele iria prejudicar a aposentadoria dos servidores "para salvar as contas do governo". A categoria representa 70% do funcionalismo estadual.
No início de 2016, o inquérito que investigava policiais por lesão corporal foi arquivado. No mesmo ano, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediria o arquivamento do inquérito que apurou a participação de black blocs na manifestação. Segundo o órgão, nenhum integrante do movimento foi identificado. Em 2017, uma ação cível pública aberta pelo MP-PR contra Beto Richa por supostos atos de improbidade administrativa durante o confronto foi arquivada pela Procuradoria Geral da República.
Fontes: EBC e G1
Imagem: Gabriel Rosa/SMCS/Prefeitura de Curitiba/Divulgação