O adeus ao jovem autor de Memórias de um Sargento de Milícias
28 de Novembro de 1861
O autor de um dos clássicos da literatura brasileira morria em um dia como hoje, no ano de 1861, durante o naufrágio do navio Hermes, na costa do Rio de Janeiro. Manuel Antônio de Almeida deu o seu adeus com apenas 30 anos de idade, tempo suficiente, contudo, para escrever uma obra que o eternizaria, o único livro de sua autoria, Memórias de um Sargento de Milícias, publicado em 1852. O livro retrata as classes média e baixa, coisa rara para a época, em que os romances eram ambientados na esfera aristocrática. A obra desenvolve, pela primeira vez, na literatura nacional, a figura do malandro. Manuel Antônio de Almeira também escreveu também crônicas, artigos e a peça de teatro Dois Amores (1861), apresentada após a sua morte.
Nascido no Rio de Janeiro, em 17 de novembro de 1831, ele se formou em medicina, mas nunca se dedicou à profissão. Preferiu seguir na carreira ligada ao jornalismo e às letras. Sua vida foi cercada por dificuldades financeiras, especialmente por conta da morte do pai, que era tenente, quando o escritor era ainda adolescente. Trabalhou em jornais, participou do Carnaval no Rio e, em 1858, foi nomeado diretor da Tipografia Nacional. Lá, conheceu o jovem aprendiz de tipógrafo Machado de Assis. Quando tentava iniciar uma carreira política, morreu vítima do naufrágio do navio.
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