Nazistas consolidam perseguição às Testemunhas de Jeová na Alemanha

24 de Abril de 1933

Nazistas consolidam perseguição às Testemunhas de Jeová na Alemanha
24 de Abril de 1933, Nazistas consolidam perseguição às Testemunhas de Jeová na Alemanha

Em 24 de abril de 1933, os nazistas consolidaram sua política de perseguição às Testemunhas de Jeová na Alemanha. Naquele dia, as forças de Adolf Hitler em Magdeburgo fecharam o escritório da Sociedade Torre de Vigia (entidade responsável por gerenciar e difundir os preceitos da religião). Os fiéis eram perseguidos por se recusarem a prestar serviço militar e por não fazerem a saudação ao führer.

Entre 1933 e 1945, cerca de 10 mil Testemunhas de Jeová - metade do número de membros na Alemanha durante esse período - foram presos. Desses, 2 mil foram enviados para campos de concentração nazistas, onde eram identificados por triângulos roxos costurados em seus uniformes. Cerca de 600 morreram sob custódia, incluindo 250 que foram executados. Foi a primeira denominação cristã banida pelo governo nazista e a mais intensamente perseguida.

As Testemunhas de Jeová estavam presentes na Alemanha desde 1902. Os membros dessa religião, conhecidos como "Bibelforscher", ou Estudantes da Bíblia, atraíram oposição desde o fim da Primeira Guerra Mundial, com acusações de que eram bolcheviques, comunistas e secretamente judeus.  A partir de 1922, Estudantes da Bíblia alemães passaram a ser presos por distribuir material referente à religião. Entre 1927 e 1930, quase 5 mil acusações foram feitas contra membros do movimento e, embora a maioria tenha terminado em absolvições, algumas sentenças severas também foram proferidas.

Com a chegada dos nazistas ao poder, o grupo sofreu uma crescente perseguição governamental, sendo que muitos fiéis perderam empregos e seus filhos foram expulsos de escolas devido à sua fé. Ao contrário dos judeus e romanis, que foram perseguidos com base na sua etnia, as Testemunhas de Jeová poderiam escapar da perseguição caso renegassem suas crenças religiosas, assinando um documento afirmando que renunciavam à fé, além de se comprometer em apoiar os militares e se submeterem à autoridade estatal alemã.

A partir de 1930, aumentaram os pedidos de intervenção estatal contra os Estudantes da Bíblia. Em 28 de março de 1931, foi emitido o Decreto de Resistência aos Atos Políticos de Violência, que previa ações a serem realizadas contra organizações religiosas e instituições consideradas mal intencionadas. A Baviera se tornou o primeiro estado alemão a proibir e confiscar todas as publicações dos Estudantes da Bíblia. Um segundo decreto ampliou a proibição para outros estados alemães.

Imagem: Coreyjo, via Wikimedia Commons