Morre Antônio Conselheiro, líder religioso do Arraial de Canudos
22 de Setembro de 1897
No dia 22 de setembro de 1897 morria, em Canudos (BA), Antônio Vicente Mendes Maciel, mais conhecido como Antônio Conselheiro. Nascido em Quixeramobim (CE), no dia 13 de março de 1830, ele foi um líder religioso brasileiro que encabeçou a Guerra de Canudos ou Campanha de Canudos, um confronto entre sertanejos e o Exército Brasileiro. Ainda não se sabe exatamente qual foi a causa de sua morte. Especula-se que morreu por conta de ferimentos de granada ou por doença. Sua morte ocorreu dias antes do término da Guerra de Canudos, em 5 de outubro de 1897.
O conflito teve início em 1896 na então comunidade de Canudos, no interior da Bahia. Após a derrota de três expedições militares contra Canudos, a destruição total do arraial tornou-se prioridade para o governo brasileiro. O resultado da ofensiva foi a legitimidade do massacre de até 20 mil sertanejos. Além disso, estima-se que cinco mil militares tenham morrido. A guerra terminou com a destruição total de Canudos, a degola de muitos prisioneiros de guerra, e o incêndio de todas as casas do arraial.
Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século XVIII. Com a chegada de Antônio Conselheiro, em 1893, o local cresceu rapidamente e, em poucos anos, contava com 25 mil habitantes. A imprensa, o clero e os latifundiários da região incomodaram-se com a nova cidade independente e com a constante migração de pessoas para o local. Desta maneira, construiu-se uma imagem ruim de Antônio Conselheiro e uma guerra contra os habitantes do arraial de Canudos acabou ganhando o apoio da opinião pública.
A escravidão havia acabado fazia pouco tempo no país e, pelas estradas e sertões, grupos de ex-escravos vagavam, excluídos do acesso à terra e com reduzidas oportunidades de trabalho. Assim, como os caboclos sertanejos, essas pessoas acreditaram no discurso do peregrino Antônio Conselheiro, que surgia como alguém que poderia tirá-las da pobreza ou garantir-lhes a salvação eterna na outra vida.
Imagem: Flávio de Barros [Domínio público], via Wikimedia Commons