Nasce Machado de Assis, maior nome da literatura brasileira
21 de Junho de 1839
O escritor Joaquim Maria Machado de Assis nasceu em 21 de junho de 1839, no Rio de Janeiro. Considerado o maior autor da literatura brasileira, ele foi um dos principais expoentes do realismo no país. Autor de clássicos como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e “Dom Casmurro”, sua obra continua a ser lida no Brasil e descoberta no exterior.
Machado de Assis nasceu em uma família humilde. Seu pai era um pintor de paredes (filho de um casal de pessoas escravizadas alforriadas) e sua mãe era uma lavadeira portuguesa. Machado cresceu no bairro do Morro do Livramento, no Rio de Janeiro, onde teve acesso limitado à educação formal. Apesar disso, ele demonstrou talento para a literatura desde cedo e começou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo aos 16 anos.
Sua carreira literária começou como poeta, mas foi com a prosa que ele alcançou reconhecimento e se tornou um mestre das palavras. Machado de Assis ficou conhecido por sua habilidade em explorar a complexidade da mente humana e as contradições da sociedade brasileira do século XIX. Suas obras abordam temas como o amor, o ciúme, a loucura, a ambição, a hipocrisia social e a crítica à estratificação racial e social.
Defensor da monarquia, testemunhou a mudança política no país para a república e foi um grande comentarista e relator dos eventos político-sociais de sua época. Sua primeira fase literária é constituída de obras como "Ressurreição" (1872), "A Mão e a Luva" (1874), "Helena" (1876) e "Iaiá Garcia" (1878), que apresentam características do romantismo.
Uma das obras mais importantes de Machado de Assis é o romance "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881), considerado o marco inicial do realismo no Brasil. Nesse livro, Machado utiliza técnicas inovadoras, como a narrativa em primeira pessoa feita por um defunto autor, para explorar a condição humana e a decadência da elite brasileira. Entre outras obras notáveis de sua autoria estão "Quincas Borba" (1891), "Dom Casmurro" (1899) e "O Alienista" (1882).
Apesar de ter enfrentado preconceitos raciais e sociais ao longo de sua vida, Machado de Assis conquistou reconhecimento e prestígio no Brasil. Em 1897, fundou e foi eleito por unanimidade o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, instituição da qual fez parte até o fim de sua vida.
Machado de Assis foi casado durante 35 anos com a portuguesa Carolina Augusta, com quem teria vivido uma "vida conjugal perfeita". O casal não teve filhos. A morte de Carolina, aos 70 anos, em 20 de outubro de 1904, foi um choque na vida do escritor, que entrou em depressão e morreu quatro anos mais tarde. Machado dedicou a ela seu último soneto, "A Carolina".
A obra de Machado de Assis, composta por 10 romances, 10 peças teatrais, 219 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, além de mais de 600 crônicas, continua a ser estudada e admirada até hoje, tanto no Brasil quanto no exterior. Seu talento como escritor e sua capacidade de capturar a complexidade humana o tornaram um dos grandes nomes da literatura mundial.