Morre o Visconde de Mauá, primeiro grande industrial brasileiro
21 de Outubro de 1889
No dia 21 de outubro de 1889 morria, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, Irineu Evangelista de Sousa, o Barão (1854) e depois Visconde (1874) de Mauá. Ele foi considerado o primeiro grande industrial brasileiro por seu pioneirismo em várias áreas da economia do país.Nascido em Arroio Grande (RS), em 28 de dezembro de 1813, tornou-se o principal representante dos primórdios do capitalismo na América do Sul ao adotar em suas empresas no Brasil, ainda durante o Império (1822-1889), máquinas usadas na Europa e nos EUA no período da Revolução Industrial.Também foi um grande opositor da escravatura e do tráfico de escravos, pois, para ele, somente com um comércio livre e trabalhadores libertos e com salários, o Brasil poderia alcançar a prosperidade. Contudo, a escravidão só foi abolida, oficialmente, pela Lei Áurea em 1888.No auge como empresário, em 1860, ele controlava 17 empresas espalhadas por Brasil, Uruguai, Argentina, Inglaterra, França e Estados Unidos. Em 1867, possuía 155 mil contos de réis (155 milhões de Libras Esterlinas), enquanto o orçamento do Império, na mesma época, era de 97 mil contos de réis (97 milhões de Libras Esterlinas).Entre suas grandes realizações estão a implantação da primeira fundição de ferro e estaleiro no país, a construção da primeira ferrovia brasileira, a estrada de ferro Mauá (atual RJ), o início da exploração do rio e afluentes do Amazonas e Guaíba, a instalação da iluminação pública a gás no Rio de Janeiro, a criação do primeiro Banco do Brasil e a instalação do cabo submarino telegráfico entre América do Sul e a Europa.Suas posições políticas, no entanto, custaram sua fortuna. O Visconde de Mauá financiou a defesa de Montevidéu quando o governo imperial decidiu intervir nas questões platinas (1850). Ele também foi contra a Guerra do Paraguai. Além disso, seus negócios foram abalados pela redução das taxas de importação. Em 1875, ocorreu a falência do Banco Mauá, e o Visconde teve que vender boa parte das suas empresas e bens pessoais para saldar dívidas. Doente e com a ajuda da família, trabalhou com a corretagem de café até sua morte, aos 76 anos, pouco antes da queda do Império no Brasil.
Imagem: Édouard Viénot [Domínio Público], via Wikimedia Commons