Fidel Castro desembarca em Nova York

18 de Setembro de 1960

Fidel Castro desembarca em Nova York
18 de Setembro de 1960, Fidel Castro desembarca em Nova York

Em 18 de setembro 1960, Fidel Castro chegava a Nova York como o chefe da delegação cubana na ONU. A visita de Castro foi recebida com um misto de indignação e admiração de vários setores da sociedade estadunidense. Ele proferiu o seu discurso nas Nações Unidas no dia 26 de setembro.

No momento em que Castro chegou a Nova York, as relações entre Estados Unidos e Cuba estavam em rápida deterioração. Desde que assumiu o poder em janeiro de 1959, Castro enfureceu o governo americano com suas políticas de nacionalização de empresas e investimentos dos EUA em Cuba. Algumas autoridades norte-americanas, como o vice-presidente Richard Nixon, acreditavam que Castro estava se inclinando em direção ao comunismo - ele iria proclamar publicamente sua adesão ao comunismo até o final de 1961, quando declarou ser "marxista-leninista". Em março de 1960, o presidente Dwight D. Eisenhower ordenou à CIA o início do treinamento de exilados cubanos para derrubar o regime de Fidel Castro. Quando os Estados Unidos suspenderam a importação de açúcar cubano em 1960, o governo de Fidel Castro voltou-se para a União Soviética para a assistência econômica, e os russos os aceitaram de braços abertos.

Em setembro de 1960, Castro liderou uma delegação para Nova York para discursar na Assembleia Geral das Nações Unidas. Ele e sua comitiva causaram sensação imediata por se hospedar no Hotel Theresa, no Harlem. Enquanto estava lá, Castro se reuniu com vários líderes afro-americanos, incluindo Malcolm X, com a Nação do Islã e com o poeta Langston Hughes. Em 26 de setembro, em seu discurso, Castro fez um duro ataque contra o que ele chamou de "agressão e imperialismo" norte-americano. Por mais de quatro horas, Castro criticou a política dos EUA em relação à Cuba e outros países da América Latina, Ásia e África. Os Estados Unidos, declarou ele, "tinham decretado a destruição" de seu governo revolucionário.

A visita de Castro e sua denúncia pública marcaram o começo de uma ruptura nas relações já delicadas entre EUA e Cuba. Em janeiro de 1961, a administração Eisenhower cortou todas as relações diplomáticas com Cuba. Em abril do mesmo ano, pouco tempo depois de tomar posse, o presidente John F. Kennedy ordenou a invasão da Baía dos Porcos, e a força de exilados cubanos, treinados e armados pela CIA, desembarcou em Cuba. O ataque foi um fiasco. O poder de Fidel Castro em Cuba foi solidificado pela sua vitória na Baía dos Porcos contra os "imperialistas".

Castro foi o líder do governo de Cuba por mais de quatro décadas, e as relações entre Estados Unidos e Cuba seguiu tensa. No final de julho de 2006, Fidel Castro ficou doente e cedeu temporariamente o poder para seu irmão Raul. Ele deixou oficialmente o poder em fevereiro de 2008.

Imagem:  [Public domain], via Wikimedia Commons