Samba perde Nelson Cavaquinho, compositor e cantor
18 de Fevereiro de 1986
No dia 18 de fevereiro de 1986 morria, no Rio de Janeiro, Nelson Cavaquinho, cantor, compositor e instrumentista de samba. Ele tinha um estilo único de tocar seu violão, usando apenas dois dedos da mão direita. Ele morreu exatamente uma semana depois de comemorar a vitória da Mangueira no carnaval.
Nascido no dia 29 de outubro de 1911, no Rio de Janeiro, ele tinha a boêmia como marca registrada e ia de botequim em botequim, cantando seus sambas. Começou a tocar cavaquinho aos 17 anos de idade e trocou a profissão de policial para viver do samba. Seu primeiro samba foi para a Mangueira, com o nome ?Entre a Cruz e a Espada?. Trocou o cavaquinho pelo violão e nunca abandonou o modo de tocar com o polegar e o indicador. Seu primeiro sucesso foi ?Rugas? (1946), com Augusto Garcez e Ari Monteiro. Sua fama, contudo, veio na Mangueira, a partir de 1952. Nelson escreveu vários sambas ao lado de Cartola, outro compositor consagrado da escola.
Ele também usava parceiros fictícios (entraram apenas com o nome). Um deles se tornou sua alma gêmea: o mecânico de máquinas de calcular Guilherme de Brito, boêmio e seresteiro, que Nelson conheceu em 1946. Ambos escreveram ótimos sambas como A Flor e o Espinho, Luto, Pranto de Poeta, Folhas Secas, Depois da Vida, Quando eu me Chamar Saudade. Apesar da grande produção artística, Nelson Cavaquinho gravou apenas dois álbuns e intérpretes como Elizete Cardoso também gravaram suas composições.