Morre o jornalista e apresentador Marcelo Rezende
16 de Setembro de 2017
O jornalista Marcelo Rezende morreu em 16 de setembro de 2017, aos 65 anos, em São Paulo. O comunicador não resistiu a um câncer pancreático com metástase no fígado. Ao longo de sua carreira, o profissional se destacou como repórter investigativo e apresentador de importantes programas televisivos da Globo e Record.
Nascido em 1951, Marcelo começou sua carreira profissional no jornalismo ainda na adolescência. Aos 17 anos, época em que estava matriculado em um curso técnico de mecânica, foi visitar a redação do Jornal dos Sports no Rio de Janeiro, com um primo que trabalhava lá. Após se oferecer para datilografar um texto, o diretor do periódico o convidou para estagiar no local.
Menos de um ano após começar a trabalhar no Jornal dos Sports, Marcelo foi para a Rádio Globo, onde permaneceu até 1972. Naquele ano, foi convidado para trabalhar no jornal O Globo, onde ficou por sete anos na editoria de esportes. Em 1981, ele foi para a revista Placar, da Editora Abril, exercendo as funções de repórter e chefe de redação.
Em 1987, Marcelo chegou à televisão, trabalhando na área de esportes da Rede Globo. Inicialmente, ele cobria os clubes de futebol do Rio de Janeiro e participava das transmissões dos jogos. Algum tempo depois, ele foi transferido para a editoria de Geral, onde começou a fazer reportagens investigativas.
Uma das primeiras reportagens marcantes assinadas por Marcelo Rezende foi a prisão de três criminosos que participaram do sequestro do empresário Roberto Medina, no Rio de Janeiro, em 1990. Em seguida, fez outras reportagens que marcaram época, como a busca ao paradeiro de PC Farias, exibida no Fantástico.
Em 1996, em uma série de reportagens exibidas pelo Jornal Nacional, Marcelo identificou hospitais que faziam transfusões com sangue contaminado. Após a exibição, mais de 300 postos foram fechados no país. No ano seguinte, o caso dos dez policiais flagrados por um cinegrafista amador torturando e atirando em pessoas durante operações na Favela Naval, em Diadema (SP) se tornou um marco em sua carreira. A reportagem sobre o tema rendeu a Marcelo o Prêmio Líbero Badaró na categoria telejornalismo em 1997.
Em dezembro de 1998, Marcelo fez uma entrevista polêmica com Francisco de Assis Pereira, conhecido como o “maníaco do parque”, que confessou ter matado 11 mulheres na cidade de São Paulo. Exibida pelo Fantástico, a entrevista foi criticada por fazer uso de recursos dramatúrgicos e ouvir uma vidente e um astrólogo. A entrevista serviu como piloto para a nova versão do programa policial Linha Direta, que Marcelo comandou a partir de 1999.
No ano 2000, após afastar-se do Linha Direta, Marcelo Rezende manteve a função de repórter especial de investigação na Globo. Em janeiro do ano seguinte, ele deu início à investigação sobre a corrupção no futebol brasileiro. Em 2002, o jornalista desligou-se da Globo e passou por três emissoras: Record, Band e RedeTV. Entre 2004 e 2005 e a partir de 2012 até 2017, Marcelo apresentou o Cidade Alerta, na Record, atingindo grandes índices de audiência.