Morre o físico Stephen Hawking
14 de Março de 2018
Em 14 de março de 2018, o mundo perdeu Stephen Hawking, um dos cientistas mais importantes do século XX. Ele tinha 76 anos e morreu em sua casa, em Cambridge, na Inglaterra.
Hawking era doutor em cosmologia, e foi professor lucasiano de matemática na Universidade de Cambridge, posto já ocupado por Isaac Newton. Depois de atingir a idade limite para o cargo, tornou-se professor lucasiano emérito daquela universidade. Atualmente era considerado um grande pesquisador, além de ter sido apontado como um dos maiores gênios depois de Eisntein.
Curiosamente até os 10 anos ele era considerado um bom aluno na escola, apesar de não ser um estudante excepcional. Em 1959, ingressou na University College, em Oxford, onde começou a estudar física. Hawking tinha interesse, primeiramente, em matemática, contrariando o seu pai, que desejava que o filho estudasse medicina. Ele se formou em física em 1962 e depois obteve o doutorado na Trinity Hall, em Cambridge, em 1966, onde se tornou membro honorário.
Nesta época, quando tinha 21 anos, foi diagnosticado como portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa que não tem cura e que afetou seus movimentos. Por causa da evolução da doença, ele ficou praticamente paralisado.
Em 1985, ele precisou passar por uma traqueostomia após uma pneumonia e, desde então, se comunicava por meio de um sintetizador de voz. No ano seguinte, foi nomeado pelo papa João Paulo II membro da Pontifícia Academia das Ciências. Entre 1979 e 2009, entrou para o departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica de Cambridge.
Os principais campos de pesquisa de Hawking eram cosmologia teórica e gravidade quântica. Em 1971, junto com Roger Penrose, provou o primeiro de muitos teoremas de singularidade. Ele também sugeriu que, após o Big Bang, foram formados os mini buracos negros. Em 1974, calculou que os buracos negros deveriam, termicamente, criar ou emitir partículas subatômicas, chamadas de radiação Hawking.
Na época, não se acreditava na possibilidade de que partículas saíssem de buracos negros. "Não estava procurando por elas [partículas]. Apenas tropecei sobre elas", contou ao "New York Times", em 1978.
Hawking experimentando gravidade zero.
Na sua vida particular, Hawking se casou duas vezes. A primeira foi em 1965 com Jane Wilde, de quem se separou em 1991. Depois, casou-se com sua enfermeira, Elaine Mason, em 1995. Hawking deixou três filhos e um neto.
O cientista também tinha um currículo no mundo do entretenimento. Em 1993, participou de um episódio da série Star Trek - A Nova Geração - em uma cena na qual é um holograma que joga cartas com Newton, Einstein e o personagem Data. No ano seguinte, participou da gravação do disco do Pink Floyd, The Division Bell, fazendo a voz digital em "Keep Talking". Além disso, fez participações em Os Simpsons, Big Bang Theory, Futurama, O Laboratório de Dexter, Os Padrinhos Mágicos, no desenho Dilbert e em Superhero Movie. Hawking também foi autor de obras consagradas como "Breve História do tempo" (1988), "Buracos Negros, Universos Bebês e Outros Ensaios" (1993) e "O Universo numa Casca de Noz", lançado no Brasil em 2001.
Sua vida foi contada no filme "A Teoria de Tudo", em 2014.