Nasce Cartola, um dos grandes sambistas do Brasil
11 de Outubro de 1908
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As rosas não falam by Cartola on Grooveshark
Um dos grandes sambistas do Brasil nascia no dia 11 de outubro de 1908, no Rio de Janeiro. Trata-se de Angenor de Oliveira, o Cartola, autor de alguns dos maiores clássicos do samba brasileiro. Nascido no bairro do Catete, ele se mudou com a família para o Morro da Mangueira por questões financeiras. Em seu novo bairro, fez amizade com Carlos Cachaça, parceiro na boêmia, na malandragem e no samba. Estudou até o ensino fundamental e foi trabalhar na construção civil. Como sempre usava um chapéu durante o expediente, ganhou apelido de Cartola. Em 1928, criou com amigos do morro o Bloco dos Arengueiros, que depois se tornaria a Estação Primeira de Mangueira. Já conhecido como compositor, nos anos 30, teve seus sambas gravados por cantores como Araci de Almeida, Carmen Miranda e Francisco Alves. Na década seguinte, contudo, desapareceu e suspeitou-se até de que havia morrido. O sambista foi reencontrado apenas em 1956, pelo jornalista Sérgio Porto, conhecido como Stanislaw Ponte Preta, que reconheceu Cartola trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Solidário com a situação de Cartola, Porto levou-o a programas de rádios, recolocou-o na imprensa e o ajudou a dar novo impulso na carreira. Em 1964, casou novamente com Dona Zica (sua primeira esposa, Deolinha, falecera anos atrás). Cartola e a nova companheira abriram um restaurante, o Zicartola, no Centro do Rio. O local virou moda na época como ponto de encontro entre sambistas, jornalistas e a juventude da zona sul carioca. Somente a partir de 1974, aos 66 anos, é que Cartola começou a gravar os seus próprios discos. Ao todo, foram seis álbuns oficiais. Assim, eternizou clássicos como As Rosas Não Falam, O Mundo é um Moinho, Acontece, Quem Me Vê Sorrindo (com Carlos Cachaça), Alvorada, Peito Vazio (com Elton Medeiros) e outras músicas. Em busca de paz e sossego, deixou o Morro da Mangueira no final de década de 70 para morar em Jacarepaguá, onde viveu até sua morte, no dia 30 de novembro de 1980.
As Rosas Não Falam
Composição: Cartola
Álbum: Cartola
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão
Enfim
Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim
Queixo-me às rosas
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai
Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim
Imagem: , via Wikimedia Commons